Praia da Ponta Negra - Rio Negro, Manaus
O historiador Mário
Ypiranga Monteiro relata em seu livro "Roteiro Histórico de Manaus"
que não há muitos registros quanto à data do início de ocupação da área onde
hoje está localizado o bairro da Ponta Negra, mas se sabe que a região, por volta
de 1650, era habitada por tribos indígenas. Conforme dados do historiador,
escritor e artista plástico Moacir de Andrade, uma missão foi fundada por
Jesuítas na área do Tarumã, com a existência de índios Aruaque e Alófila, mas
não se sabe ao certo se existe uma ligação com a Ponta Negra.
"Uma via em declive
tendo duas pontas da enseada que são orladas de mato." Assim Mario
Ypiranga Monteiro designou a praia da Ponta Negra que domina a paisagem do
bairro. Não se sabe ao certo o ano do surgimento do que viria a ser o cartão
postal da cidade. No entanto, sabe-se que no período áureo da borracha, a
região servia como fornecedora de matéria-prima para as construções, tanto que
se chamava Areal, justamente por ser ter muita areia no local. Da Ponta Negra,
também saíam grandes quantidades de carvão e pedras. No local também havia uma
grande propriedade onde era cultivado caju, que pelo grande porte das árvores
ficou conhecida como Cajual.
Por muito tempo, a única
forma de acesso à praia da Ponta Negra era através de barcos, dada seu
isolamento dos outros bairros de Manaus. Somente no primeiro governo de
Gilberto Mestrinho, de 1959 a 1963, é que foi aberta a via de acesso ao local,
mas mesmo assim, chegar até a praia era uma aventura, pois a estrada era de
barro e não oferecia segurança aos transeuntes e nem aos condutores de
veículos. A praia foi se firmando como um ponto de reunião da sociedade
amazonense, para onde as famílias se dirigiam nos fins de semana e feriados,
principalmente nos meses mais quentes de agosto, setembro e outubro.
Só mais tarde a estrada
recebe pavimentação, facilitando assim a chegada de mais infra- estrutura
urbana ao bairro, com a aquisição de terrenos e construção de grandes
propriedades particulares. O acesso ao local foi também melhorado com criação
de linha regular de ônibus, funcionando apenas nos sábados, domingos e
feriados. No entanto, o processo de modernização da Ponta Negra começa mesmo
com a duplicação da estrada, no início da década de 1970, e a construção de
conjuntos residênciais, como o Jardim Europa, que por muitos anos permaneceu
como a área residencial mais distante do Centro da Cidade.
Dados do bairro - População:
3.020 habitantes.
Ao longo da estrada da
Ponta Negra se concentram diversas instalações militares, como o CMA (Comando
Militar da Amazônia), a PE (Polícia do Exército), o Centro de Embarcações, a
12° Região Militar e outras. Mais próximo da orla do rio Negro estão localizados
os grandes condomínios fechados, como o Jardim Europa e Jardim das Américas,
áreas residenciais de alto padrão e as mais caras de Manaus. A expansão
imobiliária se voltou para o bairro da Ponta Negra no final da década de 1980,
como uma tendência natural, fazendo surgir inúmeros edifícios voltados para o
rio, uma vez que o bairro detém privilegiada e exuberante paisagem natural.
No processo de modernização
do espaço urbano do bairro, a intervenção paisagística da praia da Ponta Negra
resultou num grande complexo arquitetônico, como o calçadão, anfiteatro e
restaurantes. Essa intervenção urbana mudou a paisagem e valorizou a área, já
bastante rica pela sua beleza natural.
Referência de vida noturna
A Ponta Negra foi, desde
sua reurbanização na primeira metade da década de 1990 até poucos anos atrás,
referência, na cidade, por sua agitada vida noturna, aparecendo neste contexto
o anfiteatro da Ponta negra, onde eram apresentados shows que atraíam multidões
de todas as partes da cidade. No início, até grandes concertos abrilantados
pela competente orquestra da cidade e, algumas vezes, também, apresentações especiais
do Festival Amazonas de Óperaeram eram levados a público lá, o que contribuía
com a qualidade do local.
Outra atração do bairro é a
queima de fogos de artifícios na festa do Reveillon e o Aniversário da Cidade.
Na área do calçadão estão concentrados os bares, como o tradicional Laranjinha,
a sorveteria Glacial e ambulantes que vendem artesanato, pipocas, lanches, a
casa noturna, como as casas de show Simbola.
No bairro também estão
instalados os restaurantes Braseiro e Casa do Carneiro, freqüentados por
apreciadores da boa gastronomia. Sem esquecer, também, um grande número de
vendedores ambulantes que realizam comércio alternativo, vendendo bebidas.
Atualmente, abril de 2010,
a Praia da Ponta Negra, que desde os anos noventa foi um dos cartões postais
mais importantes da cidade, está praticamente desativada. O anfiteatro foi
interditado devido a danos estruturais, as quadras de esporte estão em
precárias condições e alguns restaurantes já fecharam, como o Chez Charufe
Grill, que tem ampla vista para o Rio Negro, é ponto de referência quanto ao
turismo internacional e que, durante os últimos anos enfrentou, segundo os
proprietários, graves problemas com a poluição sonora causada pelos
frequentadores da orla e seus carros de som, obrigando-os a fechar as portas
enquanto o problema não se resolve.
Longe do glamour da orla do
rio Negro, o bairro apresenta algumas dificuldades como a falta de transporte
público para a Marina Tauá. Os comerciantes e moradores da área têm que se
locomover a pé da entrada do Tropical Hotel até a Marina. Esta área, inclusive,
apesar de ficar praticamente dentro de uma das regições de maior prestígio
social da didade, não tem qualquer tipo de saneamento básico.
Alguns comércios da área
estão instalados em balsas, como o bar e restaurante Sabrina, que atende um
grande número de turistas e pessoas que se deslocam para praias mais distantes
da orla do rio Negro e para as comunidades adjacentes.
Empreendimento em turismo
Na Ponta Negra está
localizado o Park Suites Manaus, primeiro grande investimento na área, e é a
porta de entrada de Manaus para grandes celebridades que visitam a cidade. A
unidade é administrada pela Atlantica Hotels International a está instalado em
exuberante cenário, combinando a paisagem da floresta e do rio Negro com a
sofisticação de um hotel cinco estrelas.
Origem do nome
A denominação de Ponta
Negra, segundo o historiador Mário Ypiranga Monteiro, não tem muita razão de
ser, uma vez que o local tem diversidade de cores. Ele explica a nomenclatura
da seguinte maneira: o fenômeno é resultado de uma falsa imagem produzida pela
distância, pois o verde adquire um tom escuro.
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